quarta-feira, 3 de abril de 2013

O vinho da Copa é brasileiro



A vinícola gaúcha Lidio Carraro é escolhida pela FIFA para elaborar os brancos e tintos oficiais do evento de futebol em 2014


A Lidio Carraro é uma pequena vinícola familiar da Serra Gaúcha, que elabora ao redor de 300 mil garrafas a cada safra. A partir deste ano, a vinícola vai dobrar de tamanho graças a uma parceria inédita: ela foi escolhida pela Fifa para fornecer os vinhos oficiais da Copa do Mundo de 2014. O anúncio do acordo foi programado para a segunda-feira 25, durante a ProWein, importante evento voltado aos negócios do setor que acontece em Düsseldorf, Alemanha. O primeiro vinho a ser apresentado será o tinto, em maio, provavelmente no Brasil. Os outros dois vinhos, um branco e um rosé, devem ser lançados até o fim deste ano. 

 Pelo acordo, a Fifa recebe royalties por cada garrafa vendida e a Lidio Carraro tem o direito de usar o selo de vinho licenciado oficial da Copa. A vinícola ainda terá de elaborar pelo menos 500 mil garrafas dos três vinhos entre 2013 e 2014 – as primeiras começam a ser vendidas já na Copa das Confederações, em junho. “Ainda estamos desenvolvendo o blend final”, afirma a enóloga Mônica Rossetti, diretora-técnica da Lidio Carraro. “Nos tintos, definimos que a base será a uva merlot; nos brancos, provavelmente a chardonnay.” Mônica vai aproveitar a feira alemã para apresentar amostras dos vinhos para os especialistas e, a partir dessas opiniões, definir a composição final do tinto. 
 
As negociações com a Fifa começaram no fim de 2011. Na ocasião, a entidade estudava convidar uma grande vinícola da América do Sul para elaborar os vinhos oficiais da competição, talvez por desconhecer a qualidade da bebida brasileira. O modelo de ter o vinho oficial da competição foi testado em 2010, na Copa da África do Sul. Na ocasião, a Nederburg, uma das vinícolas da Distell, maior grupo vitivinícola sul-africano, foi escolhida para elaborar os três vinhos. “Foi um rótulo personalizado, que vendeu muito bem no mercado brasileiro”, diz Thais Carvalhal, diretora da Casa Flora, que importa o produto para o Brasil. Mas, com o fim da competição, os sul-africanos voltaram a ter pouca representatividade no mercado nacional.