terça-feira, 15 de agosto de 2017

Veneza pede Socorro


                                                                     Awakening/Getty Images

Veneza pede socorro pelos seus canais super-lotados, população flutuante exacerbada, com a falta de uma governança municipal sustentável, que traz a triste realidade de um futuro próximo de total exaustão como cidade turística, como cidade para seus munícipes. 
Turismo de massa, sem capacidade de carga pontual, leva a essa cidade encantadora pelos seus canais, gondolas, máscaras e  festivais a uma grande e temível situação.
A morte de Veneza já foi anunciada pelo inclemente acúmulo de água na laguna, de forma a solapar os alicerces seculares de seus solares, e pela frequente invasão de líquens infectos que empesteiam os canais e tornam o ar irrespirável especialmente no verão.

São 60 mil turistas, em média, dia após dia, numa cidade que tem hoje 55 mil habitantes. São 28 milhões de turistas por ano. Meio ambiente e qualidade de vida estão definitivamente prejudicados.

 logo após a Segunda Guerra, nos anos 1940, 175 mil moradores, uma boa quantidade deles abrigada em distinções nobiliárquicas, desfrutavam o privilégio de viver na cidade mais romântica do mundo – depois de Ouro Preto, naturalmente. 
“Julho e agosto é como estar na guerra”, desabafou Paola Mar, a diretora de turismo, ao jornal Independent. Não é força de expressão. 
A Unesco, que resguarda Veneza como um dos monumentos da humanidade, inclui-a na lista das “cidades em perigo”, na sintomática companhia de Alepo e Damasco (e, surpreendentemente, também de Viena, que está padecendo, em outra escala, do mesmo mal de Veneza).
“A maioria dos turistas vê Veneza como uma cidade de praia”, sugere Paola Mar. “E se comporta como se ela de fato fosse.”


Os passageiros de cruzeiros são os vilões mais visados pelos locais. Afirmam os venezianos que essas aves de arribação pousam por lá apenas algumas horas, gastam pouco e deixam um rastro de sujeira.

Quando falta Sustentabilidade em um destino, este é fadado a problemas irreversíveis e altamente custoso para a história, a cultura, para a população local.